


90 anos de resiliência...
E aí emendavam na feijoada, na dobradinha, na rabada, no cabrito, no mocotó.
Acho que um dos segredos de tanto tempo do Almeida é fazer as pessoas se sentirem em casa. Eu não tô falando isso com um clichê. É fato comprovado.
Quantos clientes não emendaram o almoço no jantar? Começava no Filé à Parmegiana e terminava no Bacalhau à Portuguesa? Ou começava na Meca Santista e terminava no Caldo Verde? Ou ainda pros mais saudosos, da velha guarda aqui presentes, começa na
Rã à Milanesa e terminava nos Miolos à Dorê, pratos que marcaram época.
Era uma época em que o Almeida praticamente não fechava.
É um dos privilégios que a gente tem no Almeida: ter os nossos ídolos como clientes. Eu, quando jovem na década de 80, ouvia rock nacional. Ia nos shows do Caiçara.
Por isso, é um prazer ter o Frejat como um cliente querido há mais de 30 anos. Desde a época do Barão Vermelho.
Durante toda sua história, artistas, políticos e celebridades passaram pelas mesas do Almeida. Desde Pagu e Plínio Marcos, com aquela efervescência cultural dos anos 50 e 60.
Até Alcione, Jamelão, Djavan e tantos outros que vinham depois dos shows.
Antônio Fagundes, Chico Anysio, Paulo Autran, Tonia Carrero, Eva Wilma, Carlos Zara, os ilustres santistas Nuno Leal Maia, Ney Latorraca, que vinham aqui depois das suas peças.
Tivemos o prazer de ver a carreira do Alexandre Borges nascer nas nossas mesas, servindo a sua companhia de teatro amador.
Neymar Pai e Neymar Filho, que negociaram em nossas mesas a ida ao Barcelona.
Nosso saudoso Governador Mário Covas. Nosso saudoso Bruno Covas, que vi crescer correndo entre as nossas mesas.
E tantos outros, a lista é imensa e acaba sendo injusta, porque a gente naturalmente esquece um nome ou outro. E já peço que me desculpem por isso.
Aos 90 anos, é natural que a gente não lembre de tudo.
Quando eu digo que as pessoas se sentem em casa no Almeida me refiro também àquela intimidade que só os amigos têm uns com os outros.
De conhecer tão bem, que já sabe o que eles gostam.
Tem cliente que a gente nem leva o cardápio.
Porque o prato preferido desse cliente é o famoso: "o de sempre, caprichado."
E a gente sempre capricha com o maior carinho.
Galeria de fotos 03 (90 anos)



